Relação Médico Paciente – Principal Fator de Instauração de Processo

16 de Fevereiro de 2011

Atualmente, nos levantamentos realizados nos processos promovidos contra os médicos, observamos que o principal problema situa-se na ausência de relação médico-paciente/familiar.  A relação entre o médico e o paciente, deve estar precedida de princípios éticos e médicos, mantendo-se sempre a objetividade e sinceridade para com o paciente.

Necessário manter sempre uma boa relação com o paciente e seus familiares, explicando a doença, a origem e seu tratamento, de forma simples e objetiva, evitando a linguagem médica, pois não demonstrará maior sabedoria, mais sim condições de saber explicar o que está acontecendo com aquele paciente.

Hoje 80% dos processos acusatórios em andamento, traduzem a ausência desta boa relação, por isso a única forma de evitar a ocorrência de processos é mantendo a boa relação com o seu paciente, nunca omitindo dele a real situação.

Necessariamente a culpa por uma boa relação não é do profissional, uma vez que pode ocorrer por diversas causas. Contudo o médico teve priorizar em seu atendimento a humanização, respeitando a vontade do paciente e seus familiares, detalhando o diagnóstico e o tratamento terapêutico a ser empregado.

Seja sempre verdadeiro, e objetivo, não deixe dúvidas, caso tenha explicado, e algum familiar lhe procure para maiores esclarecimentos seja gentil, e explique novamente, você nunca estará perdendo tempo, mais sim evitando perder tempos maiores com processos, advogados, dinheiro, e principalmente o exercício de sua profissão.

Para se manter a boa relação, não pode haver omissões, pois em muitas das vezes, uma simples omissão, pode gerar dúvidas aos familiares, quando é descoberta. Eles passam a perguntar o porquê do médico ter mentido para eles? porque não contou a verdade? ele está escondendo algo?

E assim começa um processo contra o profissional, um simples questionamento, passa a ganhar força e tornar-se acusações sérias, das quais o médico será responsável por provar que é inocente.

Por isso, perca 5 minutos em seu atendimento, e seja mais atencioso, não precisa se apegar, tornar-se amigo do paciente, muito menos passar o numero do seu celular, para os familiares, pois assim, você estará atraindo para você uma responsabilidade que não é sua, simplesmente seja humano.

Hoje diversos hospitais possuem um grupo de trabalho específico para a humanização dos setores, melhorando assim os trabalhos do médico. 

Necessário lembrar que ninguém, muito menos o médico, aceitará a dor da perda, e é justamente neste momento que os familiares procuram culpar alguém, recaindo sobre você esta culpa.

Assim pensem um pouco antes de dar uma má notícia, reflitam as condições como ocorreu o fato, caso tenha errado, seja sincero, busque sempre agir com zelo e cautela.

Agindo desta forma, com certeza você estará evitando um processo contra você.

David Amizo Frizzo, Advogado, Conselheiro Jurídico da ADDM.